Uma Pesquisa que avalia o cenário de assédio às mulheres brasileiras, tanto em espaços públicos como no ambiente de trabalho. Pode parecer incrível, mas em todo o mundo, 52% das mulheres economicamente ativas já sofreram assédio sexual, segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho). Quando transformamos em coisa rotineira o fato da mulher não ter espaços privados – nem mesmo serem donas do seu próprio corpo -, incentivamos a violência. E isso NÃO é normal.
Pouco se discute sobre o tamanho e a natureza do problema do
assédio nas empresas, mas nenhuma mulher deveria abrir mão de sua carreira simplesmente por ter nascido mulher.
De uma troca de olhares mais demorada até um quadro de assédio sexual nem sempre há um longo percurso. Pequenos gestos, insinuações, contatos físicos forçados, convites impertinentes… Alguns homens chegam a acreditar que todas as mulheres gostam de ser assediadas e que não deveriam reclamar; afinal, “elogios” são apenas uma forma de valorizar os predicados de sua beleza. Pura ilusão!
Quando a conduta envolve um superior hierárquico que constrange alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, o elogio é crime previsto no artigo 216-A do Código Penal.
No momento em que a participação feminina no mercado de trabalho é cada vez maior, discutir maternidade e carreira ou o equilíbrio da vida pessoal e profissional parece irrelevante quando temas como assédio e agressão entram na pauta da relação de convivência entre os gêneros.
Em muitos casos, o assédio é considerado tão comum que nem é visto como problema nas organizações. Seja por chantagem ou por intimidação, deixar-se envolver nessa situação é constrangedor e pode prejudicar a saúde psíquica e laboral da vítima.
A tendência mais comum é a mulher deixar o emprego para se ver livre da situação, pois provar que é assediada ou que sua posição não lhe garanta o direito de negar às investidas ainda é legalmente muito difícil.
Se você está passando por uma situação semelhante, lembre-se que desistir pode trazer a sensação de frustração no futuro. Antes de abandonar seus sonhos e sua carreira, existem algumas atitudes que podem acabar com o incômodo do assédio.
Seja verdadeira consigo mesma, não aceite as investidas e tenha clareza de que realmente não deseja isto para si. Ceder trará a sensação de que você nunca mais conseguirá escapar.
Converse claramente com a pessoa que vem cometendo o assédio e informe seu descontentamento com a situação. Em alguns casos, o assédio é uma questão de interpretação. Não se intimide pela posição hierárquica ou pela situação.
Conheço algumas mulheres que chegam a se culpar e por isso, escondem os fatos dos colegas ou das pessoas mais próximas. Não faça isso! Fale sobre o que vem acontecendo e se a situação não melhorar, peça ajuda àqueles que tenham poder de agir com autoridade, como um diretor ou a área de recursos humanos da organização.
Se quem está assediando você é o próprio diretor ou uma pessoa muito influente dentro da empresa, reúna provas do assédio, como bilhetes, e-mails e presentes e procure auxílio jurídico. Infelizmente, em alguns casos, é preciso cortar o mal pela raiz!
Seja qual for sua decisão, busque uma alternativa em que você se sinta protegida, livre e desimpedida para seguir sua carreira com competência e respeito.
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